EN / PT
Galeria Luciana Brito

Caio Reisewitz: Esqueceu de beber água agora chora de sede

LB News
  • 1/4

Na Galeria I, a exposição Esqueceu de beber água agora morre de sede, reúne 7 fotografias da produção mais recente de Caio Reisewitz, artista de crescente renome no cenário artístico nacional e internacional. Entre os trabalhos apresentados estão imagens da série “Iguaçu” e novas fotomontagens em formato inédito.

 

Composta por fotografias de aprox. 220 x 180 cm, a série “Iguaçu” foi realizada no início do ano (2010), na região Sul do Brasil, durante uma temporada de chuvas fortes que resultou em uma vasta destruição na região. Diferentemente do que vemos na maioria das imagens que retratam as cataratas de Foz do Iguaçu, as fotografias de Reisewitz apresentam uma paisagem quase onírica, imersa em uma luz difusa e aveludada, em que os detalhes tornam-se inapreensíveis.

 

Esse ambiente enevoado, que absorve e atrai de maneira poderosa, perturba o espectador por seu mistério, como se não fosse possível penetrar nesse lugar em que o ar parece rarefeito. A escolha de um ponto de vista aéreo e as impressões em grande formato contribuem para conferir à paisagem fotografada uma monumentalidade épica.

 

O olhar sensível do fotógrafo faz com que as imagens carreguem de maneira quase física o barulho ensurdecedor das águas volumosas despencando em direção as corredeiras, as gotículas suspensas no ar que tocam a pele, ou ainda o aroma da umidade tomando a mata que cerca o lugar.

 

Caio Reisewitz desenvolveu uma poética com traços peculiares. A força de suas composições reside justamente na dicotomia entre o real que estamos acostumados a ‘ver’, e imagens de um ambiente idílico ou de composições geométricas, que muitas vezes confundem nossa percepção do real.

 

Além da série “Iguaçu”, o artista irá apresentar pela primeira vez duas fotomontagens em grande formato: “Joaçaba” e “Paretinga”. Na construção desses trabalhos, Reisewitz recusa-se a utilizar a fotografia digital ou a manipular imagens através de computador. As imagens finais são obtidas através da montagem física de recortes de fotos, sejam elas apropriadas ou efetivamente tomadas, em uma evidente analogia à ação humana nas paisagens naturais.

 

“As fotomontagens são feitas com recortes em ampliações grandes, coladas e depois refotografadas e ampliadas em forma menor para dar uma riqueza de detalhes. O antiphotoshop – tudo feito com mão, tesoura e cola – é o que interessa nesses novos trabalhos.”, afirma Reisewitz.

 

Sobre o artista:

 

Uma das figuras mais representativas da fotografia brasileira contemporânea, Caio Reisewitz (São Paulo, 1967) trabalha em suas fotografias com uma gama de questões estéticas e técnicas que lidam com a representação na arte contemporânea, concentrando seu foco em assuntos como a paisagem, tanto rural quanto urbana, e os interiores de edifícios.

 

Graduado em Comunicações Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado, freqüentou no início dos anos 90 a Fachoberschule für Gestaltung de Darmstadt e se formou na Kunstakademie Mainz.

 

Seu trabalho foi mostrado na 26a Bienal Internacional de São Paulo, em 2004 e, no ano seguinte, representou o Brasil na 51a Bienal de Veneza. Participou das exposições: Retratos de Villes: Brasília, Chandigarh, Le Havre, Musée Malraux, Le Havre, França; GK Collection # 1, Stary Browar, Poznan, Polônia; e Beyond Delirious: Architecture in Selected Photographs from the Ella Fontanals Cisneros Collection, Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA; e, recentemente das individuais Maracutaia (2009), na Fundação RAC, Pontevedra, e Fundación Pedro Barrie de la Maza, Vigo, ambas na Espanha; Parece Verdade, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil; e das coletivas 50 Anos de Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador; Construções de Brasília, Instituto Moreira Salles, Brasília e São Paulo; Museu de Arte Contemporânea, Niterói; Novos Mundos Novos, Centro Cultural Santander, Recife, no Brasil.

 

Recebeu os prêmios de aquisição durante o 4o. e o 6o. Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia, em 1997 e 1999, e o Prêmio Sérgio Motta, em 2001. Seus trabalhos fazem parte de importantes coleções públicas nacionais e internacionais: Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA; Colecção Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Portugal; Coleção Itaú Cultural, São Paulo, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador; Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.

 

Ainda esse ano, irá participar de uma Residência Artística em Benjin e Guilin, além de apresentar seus trabalhos na Bienal de Nanjing, na China. 

 

O artista vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

 

19.09.2010 a 30.10.2010

 

terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita