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Galeria Luciana Brito

Segio Niculitcheff

LB News
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A partir do dia 06 de abril o artista Sergio Niculitcheff apresentará uma exposição individual na Galeria Brito Cimino com telas recentes e inéditas. O catálogo da mostra traz  texto de Aracy Amaral. As obras são em tinta acrílica sobre tela, a maioria em grandes formatos 140 x 400 cm, 240 x 200 cm, 220 x 160 cm. Niculitcheff é um dos artistas que surgiu na época da chamada “Geração 80”. Desde lá, anos 80, vem tendo uma trajetória sólida, desenvolvendo trabalhos que podem ser reconhecidos pela contundente pesquisa que faz. A última exposição individual do artista é recente, ocorreu em 2003 na Capela do Morumbi. A obra apresentada, uma instalação, tratava-se de uma imensa “nuvem” de isopor esculpida pelo artista e suspensa por uma simples estrutura de ferro.

 

As obras de Niculitcheff, possuem um repertório simbólico intenso e chamam a atenção pela composição das imagens na tela. Ícones, bastante conhecidos, são dispostos na tela como se estivessem soltos no ar. Se certas figuras do cotidiano, já banalizadas, são reconhecidas, diferente é  olhá-las  nas obras de Niculitcheff,  reexaminar as formas e volumes que o artista dá à estas figuras – e à própria imagem representada. Nas telas de Niculitcheff tais figuras parecem “outras”, pois a maneira como são pintadas leva o espectador à “decodificá-las”, as telas apresentam assim leituras e releituras.

 

Mas parece que é a plasticidade de tais imagens que interessa ao artista – e não tanto o significado delas. Talvez seja por essa razão (um interesse incontestável na plástica) que as telas surgem tão enigmáticas: pelo trabalho minucioso e fiel com que o artista pinta. Nas obras de Niculitcheff é como se o espectador estivesse pela primeira vez diante de determinados objetos por ele pintado. Sem dúvida as imagens que o artista trabalha são aquelas que por alguma razão permanecem em  sua mente, figuras as quais ele estima.  Muitos são os objetos que se repetem, mas em cada tela se apresentam numa nova plasticidade.

 

Uma característica marcante na obra do artista é o que observa Aracy Amaral no texto para a presente exposição: “...a atração pelo escultórico, na volumetria sempre bem patente, comparece igualmente na seleção das peças-objetos de sua pintura”. Para reforçar esse aspecto é interessante citar também o comentário de Cláudia Caroli sobre a pintura do artista “Curioso também é o tratamento pictórico (...) dado pelo tratamento de claro e escuro dos volumes, assemelhando-se a esculturas pintadas”. Este termo define bem as obras de Niculitcheff: “esculturas pintadas”, o desenho do artista, a composição da figura na tela fornecem este caráter, como se houvesse a presença da tridimensionalidade de forma quase que “bruta” (numa mídia bidimensional como é a pintura...).

 

O que é muito peculiar é que o artista coloca o espectador a sós com elementos que diariamente nos deparamos, e esse instante, no qual se pára em frente à obra, contribui demais para refazermos o nosso olhar com relação a certos objetos tão ordinários. É um momento de análise, como se descobríssemos formas e volumes que nos acompanham há anos, mas que por alguma razão esquecemos de olhar. 

 

Outros trabalhos de Sergio Niculitcheff poderão ser vistos nos seguintes locais:

 

Samwaad – Rua do Encontro - novo espetáculo de Ivaldo Bertazzo, que abrirá em 24 de março e conta com um cenário assinado pelo artista que produziu, especialmente para a ocasião, cinco painéis de grandes dimensões. O espetáculo Samwaad – Rua do Encontro será apresentado no Sesc Belenzinho até o dia 27 de julho.

 

Metrópolis (TV Cultura) - estreando em 15 de março, com entrevista do artista, e permanecendo até 15 de abril. Quatro obras de Niculitcheff estarão compondo o cenário do programa apresentado na TV Cultura de 2ª a 6ª feiras às 22h00. Uma das obras será doada à Fundação Padre Anchieta e integrará o acervo “Metrópolis de arte contemporânea”.

06.04.2004 a 08.05.2004

 

 

terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita