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Galeria Luciana Brito

Dudi Maia Rosa

LB News
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Passados três anos de sua última exposição individual, Dudi Maia Rosa expõe, a partir de 04 de agosto, sete obras inéditas na Galeria Brito Cimino. Seus novos trabalhos – todos com 200 x 200 cm - realçam com maestria a verve do material que é a assinatura do artista: o fiber glass.    

 

A discussão sobre a “morte da pintura” pode parecer uma questão teórica. Mas, para o artista contemporâneo comprometido com uma produção realmente inovadora, pintar, hoje, é de fato um desafio para o qual poucos encontram uma solução autêntica. Pois, Maia Rosa vem, há 20 anos, afirmando uma pintura que ele mesmo inventou, na qual, o suporte tradicional da tela, substituído pela fibra de vidro, e a pintura propriamente dita, agora em resina sintética, formam um corpo único, no mais das vezes, translúcido e dotado de um cromatismo vivo só comparável às superfícies que outrora reconhecíamos exclusivas do universo industrial.  

 

O trabalho de Maia Rosa, pode ser pensado como uma pintura que se faz presente por certa ausência – da tinta na superfície, de uma figuração programada, de subordinação à tela. Nas últimas décadas, o artista dominou essa mídia a tal ponto que, nessas obras recentes, a matéria parece ter se transformado em forma e a cor em matéria. E a obra de Maia Rosa acabou por se aproximar de uma espécie de alquimia.

 

Estes últimos trabalhos evidenciam com toda a clareza seu processo de trabalhar exclusivamente no reverso ou avesso do quadro. Dessa maneira, a superfície da obra nasce a partir de um movimento vindo do fundo do suporte: a resina poliéster pigmentada é derramada sobre um molde revestido por uma folha de celofane. A reaçãoentre as duas superfícies provoca o enrugamento dessa película isolante que é posteriormente retirada. O espaço pictórico é o próprio molde no qual o artista escolhe criar a obra. Assim, se a superfície e suporte, a cor e transparência, a forma e a matéria, são elementos que podem estar presentes em qualquer pintura, na obra de Maia Rosa estão amalgamados de modo irreversível: o fundo traz a superfície, que transfigura a matéria, que molda a cor...

 

O crítico Frederico Morais se referiu à pintura de Maia Rosa como uma “pintura-objeto”. De fato, a obra do artista apresenta uma fisicalidade quase irreal, lapidada apenas pela fôrma onde a resina líquida, a fibra de vidro e pigmento são dispostos. A própria cor está em seu estado elementar, reagindo com os outros elementos e atingindo uma tonalidade final vigorosa.

 

Se as obras desta exposição na Galeria Brito Cimino caracterizam-se também por uma firmeza e resistência, seu aspecto acabado sugere uma matéria densamente gelatinosa e um insinuante movimento, que embora esteja cristalizado não deixa de ser praticamente hipnótico.

 

No mesmo período da exposição na Galeria Brito Cimino, Dudi Maia Rosa apresenta uma individual no Centro Cultural São Paulo (a partir de 11 de agosto), com sete obras desta mesma série.

04.08.2004 a 12.09.2004

 

 

terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita