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Galeria Luciana Brito

LB News

Marina Abramovic, em discreta (e extrema) radicalidade

Exposição que consiste na presença da artista em Londres inaugura em meio ao lançamento do Marina Abramovic Institute em Nova York

Marina in black coat in the forest, portrait of Marina [c] Knut Bry. Ekebergenparken, Oslo. 2013
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Em mostra cuja abertura coincide com o lançamento do instituto que leva seu nome, Marina Abramovic radicaliza a compreensão, que já marcava seu trabalho (e de toda a arte da performance), da presença humana como gesto artístico. Criado especial para a londrina Serpentine, uma das mais importantes instituições dedicadas à arte contemporânea mundial, com mais de 1,2 milhão de visitantes anuais, o trabalho 512 hours se constitui simplesmente do corpo e da ação da artista.

 

Dentro de uma dinâmica de experiência pesquisada por Marina Abramovic já há diversos anos, o público ingressa na exposição e é convidado a se despir de parte de sua“bagagem”social ou identitária: sacolas, jaquetas, celulares, câmeras, relógios e outros itens pessoais devem ser deixados para trás para conviver com a artista e compartilhar com ela a dimensão viva do corpo como ferramenta e suporte artístico, num amplo espaço expositivo despido de cenografia ou grandes compartimentações. Esse viés de investigação já fora visto pelo público brasileiro na Luciana Brito Galeria em 2008 (ano da primeira mostra de Marina Abramovic no Brasil) e poderá ser experimentado, em maior escala, na exposição que será realizada em São Paulo em 2015, que pode ser a maior da carreira da renomada artista.

 

O MAI – Marina Abramovic Institute teve sua missão e plataforma online lançados no dia 9 de junho, a dois dias da abertura da mostra na Serpentine, e sintetiza o espírito de uma obra que tem em 512 Hours uma de suas mais depuradas expressões. O instituto, sediado em Hudson, Nova York, deve se dedicar (pioneiramente) a formas imateriais de arte e obras de longa duração, promovendo mostras, experiências imersivas, projetos colaborativos e transdisciplinares. Embora leve o nome de sua criadora, o instituto não é centrado na obra de Marina Abramovic, e se desenvolverá principalmente a partir de uma rede global de agentes, entre artistas, cientistas, e pesquisadores em diferentes áreas.

 

Saiba mais sobre a mostra (que inclui programação paralela) e sobre o Marina Abramovic Institute.