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Galeria Luciana Brito

LB News

10a Bienal do Mercosul: Mensagem de uma Nova América

Pablo Lobato e Tiago Tebet participam da mostra, que se propõe a expor um panorama da arte latino-americana

Pablo Lobato, Muda (Melão #4), 2015, impressão mineral sobre papel de algodão e sementes de melão, 67 x 51,5 cm
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Com Gaudêncio Fidelis como seu curador-chefe, a 10a Bienal do Mercosul, Mensagem de uma Nova América, acontece de 23 de outubro a 06 de dezembro, em Porto Alegre. Com a proposta de recuperar sua vocação histórica ao priorizar a arte produzida nos países latino-americanos, a 10a Bienal retoma a estratégia curatorial de sua primeira edição, a de “reescrever” a história da arte da América Latina. Para tanto, será organizada ao redor de quatro grandes campos conceituais: A Jornada da Adversidade, A Insurgência dos Sentidos, O Desapagamento dos Trópicos e A Jornada Continua, cada um com uma ou mais mostras, além de atividades paralelas. Dentre os artistas participantes, destacam-se Pablo Lobato e Tiago Tebet, jovens criadores interdisciplinares que têm ganhado destaque na cena artística nacional.

 

Reconhecido por trabalhos que transitam entre diversas linguagens, como cinema, fotografia e artes visuais, Pablo Lobato (Bom Despacho, 1976) apresenta quatro obras inéditas na Bienal, todas da série Muda: Muda (Kino, #1), Muda (Mamão, #4), Muda (Melão, #4) e Muda (Ameixa, Pêssego, #1). Esses trabalhos em técnica mista, de 2015, são produzidos a partir de fotografias das frutas que os intitulam, as quais são escavadas e têm suas sementes retiradas – sementes que, por sua vez, são colocadas na base da moldura, junto à impressão, constituindo peças únicas. Pablo Lobato subverte assim uma das características essenciais da fotografia, a sua reprodutibilidade, resgatando como objeto o elemento orgânico transformado em imagem, problematizando também a natureza de nossas representações e o estatuto da imagem contemporânea.

 

Tiago Tebet (São Paulo, 1986) apresenta na mostra duas pinturas da série Cruzeiro do Sul: Cruzeiro do Sul e Variações de Cruzeiro do Sul, ambas de 2015. Embora desenvolva expressiva parcela de sua produção em pintura, Tebet transita por diferentes linguagens artísticas, como vídeo e instalação. Apropriando-se de técnicas, formas e objetos, sejam encontrados no espaço urbano ou na história da arte, insere-se numa linha de pesquisa cara à arte contemporânea, em que o caráter representativo da obra de arte perde relevância face a outros aspectos conceituais e formais da configuração estética, encarada mais como instauração que representação. Alusões à natureza e ao cosmos têm se feito presentes em alguns de seus trabalhos recentes, muitas vezes como forma de apontar para algo além (ou aquém) de nossa sociedade hipermoderna.

 

Mais informações estão disponíveis no site da Fundação Bienal do Mercosul.