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Galeria Luciana Brito

Rochelle Costi: Desmedida

LB News
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Desde o início de sua carreira Rochelle Costi tem interesse em lidar com a memória intrinsecamente associada a objetos e lugares triviais, com a história que eles têm até o momento em que a foto é tirada. Esta história que eles carregam é enaltecida após a documentação fotográfica da artista que se dispôs a observá-los.

 

Desmedida testemunha, em onze fotografias, situações surreais meticulosamente forjadas pela artista no interior de uma casa que, segundo ela, é o arquivo de cada um de nós – a casa contribui com a nossa memória, abriga tudo o que nos ajuda a não esquecer.

 

Estas capturas expõem seu olhar de colecionadora, exibindo um acervo muito pessoal de coisas mais ou menos queridas com as quais lida diariamente. Segundo Felipe Chaimovich, “Rochelle passa pelos lugares sempre prestando atenção, esperando para adotar mais uma imagem ou um objeto desprezado”.

 

Se os espectadores costumavam se sentir confortáveis com o que Rochelle Costi apresenta, por serem objetos e situações próximas ao cotidiano, Desmedida trará uma grande surpresa ao jogar com questões de escala.

 

Em uma casa abandonada são encontrados, aparentemente, montanhas de terra, ganchos amedrontadores e inúmeros tonéis coloridos. Porém, um estranhamento se pontua em três momentos, ao menos: quando o objeto central é reconhecido (um punhado de terra, uma coleção de anzóis, tubos de filme fotográfico), quando se percebe que o objeto agigantado está, na verdade, numa casa diminuta e, finalmente, quando esta pequena cena é ampliada a ponto de envolver o observador. O que pode, à primeira vista, parecer lúdico, torna-se taciturno e ambíguo – nesta casa silenciosa há objetos pontiagudos, outros monumentais e pouco convidativos, espaços entregues à penumbra. A artista suscita memórias e sentimentos que não lhe são exclusivos. mas universais, ao apresentar seus objetos de forma lacônica – nada neste trabalho é imperativo.

 

Rochelle Costi obteve seu diploma em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e, mais tarde, freqüentou a Central Saint Martins College of Art & Design, em Londres. Reprodutor, uma instalação interativa, foi exibida em 2008 no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Exposições individuais recentes contam com Uma Festa no Centro Universitário Maria Antônia (São Paulo, 2007) e Dinâmica Comum no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2003).

 

Recentemente, a obra de Rochelle Costi esteve nas seguintes mostras: Transactions: Contemporary Latin American and Latino Art (Weatherspoon Art Museum, Greensboro; University of Rochester, Nova York; High Museum of Art, Atlanta e Museum of Contemporary Art San Diego, La Jolla, EUA – 2007-2008), Disponha: Fotografia Contemporânea Brasileira na Coleção Inhotim (32 Gallery, Londres, Inglaterra – 2007),Zeitgenossische Fotokunst Aus Brasilien (Kunstmuseum Dieselkraftwerk, Cottbus, Alemanha – 2006), MAM na OCA (São Paulo, SP – 2006), Manobras Radicais (Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, SP – 2006), Beyond Delirious: Architecture in Selected Photographs from the Ella Fontanals Cisneros Collection (Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA – 2005), Farsites: Urban Crisis and Domestic Symptoms in Recent Contemporary Art (Centro Cultural Tijuana, México e San Diego Museum of Art, EUA – 2005), A Foto Dissolvida (SESC Pompéia, São Paulo, SP, 2005). A artista participou ainda das seguintes bienais de arte: I Bienal del Fin del Mundo (Ushuaia, Argentina, 2007), VII Bienal de La Habana (Cuba, 2000), XXVI Bienal de Pontevedra (Santiago de Compostela, Espanha), II Bienal do Mercosul (Porto Alegre, RS, 1999) e XXIV Bienal Internacional de São Paulo.

30.06.2009 a 31.07.2009

 

terça a sexta-feira, das 10h às 19h
sábados, das 11h às 17h
entrada gratuita