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Galeria Luciana Brito

Regina Silveira: Fora de Escala

LB News
  • “Touch”, 2013.
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Luciana Brito Galeria apresenta Regina Silveira – “Offscale”.Nessa exposição individual, a artista apresenta pela primeira vez “Touch”, instalação que dá continuidade, sob novos parâmetros, à série das mãos estampadas que compunham algumas obras de “Mundus Admirabilis e Outras Pragas,” sua última individual em São Paulo, realizada em 2008 na então Galeria Brito Cimino. Desde dessa época, as marcas de mãos têm feito parte do repertório de índices utilizados pela artista. Mesmo tendo exposto extensamente no Brasil e no exterior nos últimos tempos, Regina Silveira não faz uma mostra individual em São Paulo há mais de cinco anos.

 

A recente instalação “Touch”poderá ser vista logo na entrada da galeria. Nesse trabalho, Regina Silveira reveste a sala principal com mãos agigantadas gravadas em metal, para provocar uma dúvida na percepção e na experiência do espaço: o que está fora de escala, as imagens ou os espectadores?

 

“As mãos aqui são signos de presença e identidade que recobrem as paredes da galeria, explica a artista. Enquanto na exposição “Mundus Admirabilis e Outras Pragas” as marcas de mãos serviam à criação de metáforas com capacidade de transpor os vaticínios bíblicos às pragas de nossos tempos, em “Touch” elas se associam a inventários visuais e imemoriais de grande espessura simbólica e tocam outra esfera de significados“.

 

Especialmente concebida para projetos de grandes proporções, relacionados com arquiteturas diversas, “Touch” foi inicialmente projetada para a II Bienal de New Orleans (EUA, 2010), onde cobriria um prédio abandonado de quatro andares localizado no centro da cidade, ainda devastado pela passagem do Katrina, furacão que destruiu o sul dos Estados Unidos em 2005. A instalação como tal não chegou a ser realizada.

 

Como uma derivação de “Touch”, a mostra traz também “Dreamer”, um conjunto de taças de cristal com as mesmas marcas de mãos gravadas em tamanho real, como registros gráficos de uma gestualidade simples, a de segurar a taça, para sinalizar  uma relação entre o signo e corpo.

 

Mãos silhuetadas com diferentes gestualidades, abordando significados variados, muitos deles referindo-se a própria arte, têm sido signos recorrentes no percurso desta artista. Elas estão presentes em vídeos, livros e obras gráficas, datadas desde os anos 70 ao presente. “Offscale” mostra alguns desses encadeamentos no tempo: como “Digito”, a animação no primeiro painel eletrônico da Av. São João no inicio dos ‘80, até os resultados mais recentes de “Classic”, a mão esculpida em mármore, e a animação digital “Una Vez Más”.

 

Já para a galeria II, Regina Silveira apresenta “Dark Swamp (Ninho)”, instalação que abrange todo o espaço, na qual um ovo negro avantajado é rodeado por uma mandala de crocodilos. Ainda pertencente ao imaginário das “Pragas”, “Dark Swamp (Ninho)”trata do poder e da maldade, ou a maldade do poder, enquanto destino ou profecia. A imagem dos crocodilos, fragmentada e multiplicada de forma caótica, juntamente com o ovo, quer falar da contaminação como gestação indesejada, que se expande como mancha incontrolável, replicando a si mesma em todas as direções. Assim como “Touch”, “Dark Swamp (Ninho)” também responde à visita da artista a New Orleans, em 2010, quando planejou alternativas para a sua  participação na II Bienal - mais especificamente à Sala do Cabildo (antiga sede de poder do governo durante a colonização espanhola em Louisiana). Mais tarde, a obra foi mostrada em 2012 no Museu de Arte Contemporanea da Universidade do México (MUAC) na exposição “Extrangerias”, com curadoria de Nestor Canclini e Andrea Giunta.

 

Sobre a artista

1939, Porto Alegre, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo 

 

Regina Silveira é, sem dúvida, um dos nomes latino-americanos mais importantes da arte contemporânea. Famosa por suas experimentações com luz e sombra, a artista trabalha imagens intencionalmente distorcidas em que se insinuam elementos ordem emocional e sensorial.

Dentre as diversas instituições onde a artista expôs recentemente estão a Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brasil) em 2008; o Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, Brasil) 2009; o Køge Art Museum (Dinamarca), em 2010; Atlas Sztuki Foundation (Lódz, Polónia), 2010; MASP (São Paulo, Brasil), 2011; Instituto Itaú Cultural (São Paulo, Brasil) 2010 e Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre, Brasil),2011 The Aldrich Museum of Contemporary Art (Connecticut, EUA), 2012. Participou também de exposições coletivas no Centro Andaluz de Arte Contemporanea (Sevilha, Espanha), 2009; no Siegen Art Museum (Alemanha), 2009; no MUAC (México DF), 2012; na Somerset House (Londres, Inglaterra), 2012; Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brasil), em 2012. Além disso, foi artista convidada da Philagrafika (Philadelphia, USA), 2010; da Bienal do Mercosul (Porto Alegre, Brasil), 2011 e da Mediations Biennial (Poznan, Polônia) 2012.  

Abertura                                             1º de abril de 2013, Segunda-feira, das 19 às 22 horas

Exposição                                           de 2 de abril a 25 de maio de 2013