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Galeria Luciana Brito

Raphaël Zarka: Gramática e Coletânea

LB News
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Luciana Brito Galeria apresenta, pela primeira vez no Brasil, exposição individual de Raphaël Zarka Gramática e Coletânea. Natural da França, o artista é conhecido por explorar o potencial das formas estruturais, dirigindo-se principalmente por um experimentalismo teórico sobre as possibilidades dos diferentes materiais, volume e geometria. Raphaël Zarka também demonstra grande familiaridade com a dinâmica das superfícies e versatilidade dos espaços, o que pode ser atribuída à sua experiência com skateboarding.

 

Gramática e Coletânea reúne um conjunto de obras, na sua maioria inéditas, que sintetiza a poética artística atual do artista: as formas geométricas apresentadas sugerem o ‘colecionismo’, inclusive praticado pelo artista, enquanto que a ‘gramática’ surge através do processo combinatório presente na maioria dos trabalhos expostos. Essa combinação, além de consolidar os elementos importantes da pesquisa do artista (geometria, transposição de elementos da pintura para a escultura e a construção de um corpo de formas nos moldes de uma coleção), também demonstra uma inevitável referência aos estudos sobre as Gramáticas do Ornamento, projetos intelectuais importantes do séc 19.

 

A série de esculturas Les Prismatiques (The Prismatics) condensa essas características. São dois trabalhos em madeira, cada qual formado por módulos maciços de Jatobá (Hymenaea courbaril). Essa é a primeira vez em que sua pesquisa envolve uma madeira típica do país a ser apresentada. Para cada uma das esculturas, módulos são assentados diferentemente para criar combinações específicas, numa alusão ao processo lúdico dos jogos de construção, em particular o Tangram, o antigo quebra-cabeça chinês. Já os módulos, foram inspirados no formato da ‘cunha’ (peça de madeira cortada em ângulo agudo utilizada para apertar ou ajustar objetos, como o chassi dos quadros). Les Prismatiques (The Prismatics) brinca com a uniformidade do corte da madeira e a randomicidade das suas fissuras naturais. Acompanhando as esculturas, os desenhos apresentam outras combinações para os módulos, como uma continuação lógica natural de Les Prismatiques (The Prismatics), mas numa técnica diferente. Os desenhos mostram um pequeno fragmento das milhares de possibilidades de montagem dos módulos, por meio de cores e perspectivas que remetem às pinturas renascentistas italianas.

 

É com muita precisão que o artista trabalha não só a arte da réplica e da construção, como também a da subtração. Nas obras da série Deduction Raphaël Zarka extrai formas de placas de madeira, numa alusão à história da pintura, pesquisa geométrica e estudos sobre perspectivas. Para ele, essa é uma forma de revisitar a história e situar-se como observador e amante da arte. O artista apresenta também um conjunto de impressões em preto e branco: Invitation Cards. Com presença impreterível em todas as suas exposições individuais, o conjunto traz imagens alusivas a diversos elementos – objetos, pessoas, livros, etc – e representam um convite à coleção. Cada um desses trabalhos mostra combinações de formas geométricas distintas, além de destacar os diferentes aspectos das esculturas e desenhos.

 

Objeto de estudo frequentemente presente em grande parte da obra de Raphaël Zarka, o rombicuboctaedro (sólido de Arquimedes, ou poliedros convexos – semi-regulares, descoberto pelo estudioso grego) é abordado em dois trabalhos da mostra. Além da serigrafia Catalogue Raisonné of the Rhombicuboctahedra, o vídeo Rhombus Sectus (2009) traz uma sucessão de tomadas estáticas, com formato centrípeto, fazendo um link direto com as ilustrações Trinta e Seis vistas do Monte Fuji (1831 – 1833, de Katsushika Hokusai), mas sob contexto da Biblioteca Nacional da Bielorússia, em  Minsk, cujo prédio possui formato de um rombicuboctaedro.

 

 

Sobre o artista

 

1977, Montpellier, França. Vive e Trabalha em Paris, França

Raphaël Zarka estudou Belas Artes na Winchester School of Art, na Inglaterra e na École Nationale Supérieure de Beaux-Arts, em Paris. Ele já expôs em diversos espaços públicos e privados, incluindo o Centre Pompidou, Paris (França), Palais de Tokyo (Paris, França), Performa 11 (Nova York, EUA), Bienal de Moscou (Russia), Macro (Roma, Itália), Modern Art Oxford (Oxford, GB), Mercer Union (Toronto, Canada), Projects Arts Centre (Dublin, Irlanda), Centre d’Art Contemporain (Saint Nazaire, França), Stroom (Den Haag, Holanda), Contemporary Art Centre (Vilnius, Lituânia), Villa Warsaw, Varsóvia (Polônia), Bischoff/Weiss Gallery (Londres, GB) e Galeria Motive (Amsterdã).

 

Abertura                                               26 de fevereiro de 2013. Terça-feira, das 19 às 22 horas

Exposição                                           de 27 de fevereiro a 23 de março de 2013

Trabalhos                                             22