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Galeria Luciana Brito

Caio Reisewitz: tudo vazio agora cheio de mato

LB News
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Na Galeria 1, Luciana Brito Galeria apresenta “tudo vazio agora cheio de mato”, exposição individual de Caio Reisewitz, que reúne uma seleção de nove obras sob uma narrativa inédita. Muito conhecido por sua abordagem quase quimérica ao retratar a paisagem natural ou urbana, já tem algum tempo que o artista vem se dedicando a uma poesia voltada para a fotografia da paisagem natural. O que poucos sabem, no entanto, é que paralelamente a esse período, Caio Reisewitz vem estudando também a dicotomia entre o real e o idílico do uso arquitetônico, por meio da justaposição de imagens.

 

Para essa sua terceira exposição individual na galeria, Caio Reisewitz tem como objetivo mostrar um novo enfoque de pesquisa. Sem deixar de salientar sua preocupação com a ação e poder do homem, desta vez ele trabalha os espaços arquitetônicos, resgatando interiores de projetos históricos modernos ou católicos barrocos. De acordo com o próprio artista: “procuro registrar monumentos arquitetônicos brasileiros representativos e, a partir daí, pratico um exercício de reflexão e intervenção orgânica”. Esse processo criativo de fotomontagem intefere na história, transformando o registro e submergindo seus atributos originais. 

 

Representando um ponto de partida para o olhar do espectador, a obra inédita “Casa Canoas” (2013) é o registro de uma interpretação contemporânea do artista para um projeto modernista. Ela traz o interior original da Casa Canoas, no Rio de Janeiro, um dos projetos ícones do modernismo brasileiro, sendo digerido pelos recortes do artista. A exposição mostra ainda pela primeira vez “Casa Rua Santa Cruz” (2013), uma das primeiras construções de vanguarda modernista do país, por Gregori Warchavchik, além de “Casa de Vidro” (2013), marco da arquitetura construída por Lina Bo Bardi em 1951.

 

Servindo como um contraponto aos projetos modernos, Caio Reisewitz recaptula um outro momento histórico brasileiro ao mostrar algumas das nossas igrejas barrocas em “Igreja Nossa Senhora da Paciência” (2012), “Igreja São Francisco do Arrependimento” (2013) e “Igreja Santa Catarina do Julgamento” (2013). Assim como as casas modernistas, esses símbolos católicos também foram (ou ainda são) ícones de ‘lugares de poder’, a exemplo do que foi apresentado na 51ª Bienal de Veneza, mas dessa vez nem tão nacionalistas, mas sim colonialistas.  A ideia surgiu a partir de uma pesquisa comissionada pela Unesco em 2008, quando o artista percorreu algumas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Belém, Brasília, Ouro Preto, Tiradentes e São João del Rei.

 

Destoando, mas de certa forma complementando o conjunto dos trabalhos da exposição, está “Carutapera”, trabalho de fotomontagem nunca mostrado no Brasil e que, além de menor, mostra um despojamento intervencionista do artista muito mais arrojado.     

 

Abertura                                            

25 de junho de 2013, terça-feira, das 19 às 22 horas

Exposição 

26 de junho a 17 de agosto de 2013

 

Local                                                   Galeria 1

Obras                                                 nove fotografias